Spray a base de plantas promete substituir embalagens a plástico

O objetivo da tecnologia é reduzir o impacto dos plásticos no meio ambiente – e na nossa saúde. Veja como ela funciona. Com o objetivo […]

O objetivo da tecnologia é reduzir o impacto dos plásticos no meio ambiente – e na nossa saúde. Veja como ela funciona.

Com o objetivo de produzir alternativas ecologicamente amigáveis para embalagens de alimentos, um grupo de cientistas das universidades Rutgers e Harvard, nos EUA, desenvolveu um revestimento biodegradável à base de plantas. Ele pode ser pulverizado em alimentos, protegendo-os contra microrganismos e eventuais danos durante o transporte. A solução dos investigadores das universidades passa por aplicar um spray à base de plantas para embalar alimentos de forma segura e mais amiga do ambiente do que as atuais coberturas de plástico. Esta substância é ainda mais eficaz de um ponto de vista antibacteriano.

“Sabíamos que precisávamos nos livrar das embalagens de alimentos à base de petróleo e substituí-las por algo mais sustentável, biodegradável e não-tóxico”, conta Philip Demokritou, um dos participantes da pesquisa, publicada na última segunda (20) na revista científica Nature Food.

“E nos perguntamos ao mesmo tempo: ‘Podemos projetar embalagens que prolonguem a vida útil e reduzam o desperdício de alimentos, melhorando a segurança alimentar?”’.

A tecnologia transforma biopolímeros – longas cadeias de moléculas produzidas por seres vivos – em fibras que podem entrar em contato com os alimentos, revestindo-os. Avaliações mostraram que o revestimento conseguiu até estender a vida útil de alguns alimentos. O produto desenvolvido assenta na aplicação de fibras baseadas em biopolímeros e polissacarídeos, resultando numa proteção contra o apodrecimento dos alimentos e inclui ainda agentes naturais antimicróbios, como ácido cítrico ou óleo de tomilho, que asseguram eliminação de vírus e bactérias, explica o Engadget.

O material é biodegradável ao fim de três dias e sai da superfície dos alimentos com um enxaguamento simples. Nos testes de laboratório, a vida útil de abacates nas prateleiras foi aumentada em 50%.

A embalagem pode ser enxaguada com água e é biodegradável – se decompõe no solo em três dias, de acordo com o estudo. O material que envolve os produtos é resistente o suficiente para proteger contra choques e contém agentes antimicrobianos naturais (óleo de tomilho, ácido cítrico e nisina) que combatem o processo de deterioração e microorganismos causadores de doenças.

Infelizmente, ainda não há qualquer perspetiva sobre quando é que este tipo de revestimento natural possa começar a ser aplicado aos produtos em loja.

Adeus, petróleo?

A nova embalagem visa abordar um grave problema ambiental: a proliferação de produtos à base de petróleo. Os microplásticos já poluem oceanos, solos – e o nosso corpo.

“Nos últimos 50 a 60 anos, durante a Era do Plástico, colocamos 6 bilhões de toneladas de resíduos plásticos em nosso meio ambiente. Eles estão lá fora se degradando lentamente. E esses pequenos fragmentos estão  chegando à água que bebemos, à comida que comemos e ao ar que respiramos,” alerta Demokritou

No curto prazo, não há propostas de produção industrial da nova embalagem. Os pesquisadores esperam que, no futuro, embalagens plásticas possam ser trocadas por essas “embalagens antimicrobianas biodegradáveis, de baixo custo e ambientalmente amigáveis”.

Por que isso é um problema tão perigoso? Isso deve-se porque um mero saco de plástico transforma-se em alimento letal para cetáceos e tartarugas marinhas que o confundem com uma alforreca, sufocando-os até à morte, além de prejudicar as pessoas também.

Leia mais: Microplásticos são encontrados na corrente sanguínea humana pela primeira vez 

O Spray norte-americano não é o único

Ainda bem que há muita gente preocupada em desenvolver estratégias para eliminar o plástico do planeta, e mais de uma universidade conseguiu realizar a façanha. Uma delas vem de Portugal, onde um grupo de pesquisadores desenvolveu outro spray revolucionário.

O spray protetor natural nasceu após anos de pesquisa de cientistas portugueses do Centro de Pesquisa de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança sobre o extrato de uma planta e um polímero de algas usados na criação do produto, que serve para manter alimentos sólidos por mais tempo.

A coordenadora da pesquisa, Isabel Ferreira, explica que:

“Por enquanto, não podemos revelar a fórmula alcançada e nem a planta da qual obtivemos o extrato”, pois o processo para o registro da patente ainda não foi finalizado.

O produto inovador, batizado de “Spraysafe”, foi obtido a partir de um tipo de tecnologia que realiza uma série de experimentos com extratos de plantas antioxidantes, conservantes e antimicrobianas. Os componentes são todos de base natural, por isso, sustentável.

A ação oxidante das plantas faz com que o spray, ao ser borrifado nos alimentos, reduza a oxidação neles. Outra função do produto é a impermeabilização, que faz com que os alimentos se mantenham hidratados por mais tempo.

Por melhorar a conservação dos alimentos, as embalagens plásticas perdem a sua funcionalidade. Entretanto, o “Spraysafe” tem uma limitação: só pode ser usado em alimentos sólidos.

O que acha dessas revoluções? Comenta aqui embaixo se acredita que esse experimento trará resultados inimagináveis ou não?

Via: Super Interessante e Green Me

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