OceanOneK, universidade desenvolve robô capaz de vasculhar as profundezas marinhas

Embora vivamos no “Planeta Água”, cerca de 80% dos oceanos ainda são desconhecidos, sendo uns dos grandes mistérios da humanidade, com alguns pontos do mar […]

Embora vivamos no “Planeta Água”, cerca de 80% dos oceanos ainda são desconhecidos, sendo uns dos grandes mistérios da humanidade, com alguns pontos do mar chegando a mais de 11 km de profundidade. Portanto, conhecer esses territórios ainda é um enorme desafio para os cientistas. Contendo as maiores biodiversidades da Terra, estima-se que cerca de 50% do planeta esteja sob o oceano entre profundidades de 3 e 6 km.

Para termos uma noção de profundidade, o nível de 40m é o máximo permitido para um mergulho seguro, sendo 100m mortal para os seres humanos, já que neste ponto a síndrome de descompressão ataca. Já para máquinas e submarinos o mais profundo já atingido foi no marco de 10.909 m.

Agora, surpreendendo a todos, o laboratório da Universidade de Stanford nos Estados Unidos criou um robô em forma humanoide possuindo olhos, braços e mãos robóticas, que já conseguiu recuperar artefatos sob a superfície do mar. O projeto leva o nome de OceanOneK, sucessor do antigo OceanOne – 2016, focado em monitorar recifes de corais no Mar Vermelho – e já pode ser considerado um sucesso, visto que realizou a sua segunda façanha ao atingir 852 metros de profundidade, sendo essa marca apenas o início, a primeira, foi chegar a quase 500 metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo e conseguir recuperar vasos de um antigo naufrágio romano.

“Isso é algo que acredito que nos permitirá mergulhar e realizar tarefas para ajudar o meio ambiente, recuperar artefatos para arqueologia ou reparar estruturas. A interface para conectar o humano ao robô é simplesmente incrível” – Oussama Khatib, diretor da Stanford Robotics.

O projétil possui braços com sete articulações cada um, seu rosto é composto por globos oculares de câmera e oito propulsores para deslizar pela água. Ele consegue suportar uma  pressão de 1.000 metros de profundidade devido a seu corpo de espuma e sistema de flutuabilidade. Mas os planos para o OceanK vão além de explorar territórios, espécies e biomas desconhecidos nas profundezas oceânicas. Seus criadores acreditam que ele pode ser utilizado para reparar infraestruturas e reforços de proteção ecológica, explorar aviões, navios, submarinos e talvez até cidades perdidas afundadas, dentre outras diversas operações. Entretanto, o surpreendente dele ainda é outra caraterística.

Ele ainda conta com sensores táteis nas mãos. O que significa isso?
Basicamente, esses sensores são capazes de proporcionar a sensação de contato físico para o operador que o controla, permitindo, assim, que possam sentir tudo o que experimentariam se estivessem mergulhando, tocando objetos como vasos e lamparinas de um antigo navio romano, e até mesmo experimentando a resistência da água. Além de tudo isso, ele é capaz de replicar o campo de visão de um humano com uma câmera em cada globo ocular para uma exibição tridimensional.

“Você pode sentir que está realmente imerso no ambiente submarino sem realmente se molhar”, completou Khatib.

Até agora, o OceanOneK explorou um avião Beechcraft Baron F-GDPV afundado, o navio a vapor italiano Le Francesco Crispi (a cerca de 500 me, abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo) um navio romano do século II na Córsega, uma aeronave P-38 Lightning da Segunda Guerra Mundial e um submarino chamado Le Protée.

A ideia do projeto nasceu em 2014 e tem um futuro promissor envolvendo expedições para cidades submarinas perdidas, recifes de corais e naufrágios profundos. Suas inovações também estabelecem as bases para projetos de engenharia subaquática mais seguros, como reparos de barcos, píeres e oleodutos. Por isso, esse “robozinho” pode ser apenas o pontapé para que em um futuro próximo os robôs assumam a explorações submarinas dadas como muito perigosas para os humanos, e assim, nos ajudem a ver – e sentir – os oceanos de uma maneira completamente nova.

O que achou dessa inovação? São tantas possibilidades de novos conhecimentos que surgem a partir desse invento, que fica a pergunta: qual a sua maior curiosidade das fossas oceânicas que você gostaria de descobrir?

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