Greenwashing ameaça o planeta

Já podemos adiantar que essa prática é tão prejudicial para o meio ambiente quanto despejar carbono da atmosfera. O termo greenwashing surgiu no início da […]

Já podemos adiantar que essa prática é tão prejudicial para o meio ambiente quanto despejar carbono da atmosfera.

O termo greenwashing surgiu no início da década de 1990, depois da publicação, em 1989, de um artigo na revista New Scientist, no qual a expressão “greenwash” foi usada pela primeira vez.
Ela faz uma analogia com outro termo substantivado, o “brainwashing”, usado para designar lavagem cerebral. Portanto, greenwashing é uma maneira de enganar as pessoas, utilizando para isso práticas desonestas de comunicação
Empresas que fazem greenwashing, ou seja, mascaram os impactos ambientais das suas atividades, prestam um desserviço à comunidade, já que essa é uma postura antiética.

O que é
Cada vez mais governos, empresas e cidades firmam compromissos com a neutralidade do carbono, mas na maioria dos casos não serão cumpridos até 2050. “Nosso mundo não pode permitir mais o greenwashing”, alertou António Guterres.
O grupo de especialistas estabelecido pelo secretário-geral para desenvolver padrões e avaliar os compromissos de neutralidade do carbono por parte de atores não estatais informará suas conclusões na COP27.
Milhares de empresas anunciaram objetivos de neutralidade do carbono, mas muitas são suspeitas ou inclusive acusadas abertamente de não cumprir com seus compromissos.

Esse “greenwashing” é facilitado ainda mais pela falta de um marco internacional comum para avaliar e supervisionar os compromissos de redução das emissões. Guterres também mencionou a necessidade de investir “maciçamente” em energias renováveis, pedindo a criação de um “pacto histórico entre as economias desenvolvidas e emergentes do G20” para impulsionar a transição energética.

Riscos De Fazer Greenwashing
O principal perigo do greenwashing é que ele impede o engajamento do público nas metas de emissão de carbono estipuladas pelas autoridades ambientais internacionais.
Nesse sentido, a humanidade parece ter chegado a um ponto crítico, como mostra um relatório do Conselho Consultivo de Crise Climática (CCAG).
De acordo com o documento, zerar as emissões de carbono na atmosfera já não resolve mais.
A única forma de reverter a escalada do aquecimento global, hoje, é negativar essas emissões.
Sendo assim, as empresas que continuam jogando carbono, poluindo os mares e cursos d’água ou jogando detritos no solo contribuem decisivamente para retardar o cumprimento dessas metas.
Os objetivos da neutralidade do carbono são inúteis se não agirmos para cumpri-los, afirmou o secretário-geral da ONU nesta quinta-feira (27), destacando que o mundo “não pode mais permitir o greenwashing”, termo em inglês que consiste em manter um discurso ecológico ao mesmo tempo em que se promove práticas não sustentáveis. Diferenças entre promessas e práticas de países e empresas sobre neutralidade carbono poderiam levar o mundo a um aquecimento de 2,8°C.

“Os compromissos de neutralidade do carbono não valem nada sem planos, políticas e ações que os apoiem”, disse António Guterres, em um vídeo divulgado por ocasião da publicação da avaliação anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sobre o progresso dos compromissos assumidos no Acordo de Paris de 2015.

“Os compromissos climáticos globais e nacionais são lamentavelmente insuficientes”, disse Guterres no vídeo, divulgado a menos de duas semanas do início da conferência climática COP27 da ONU no Egito.
“Em outras palavras, caminhamos para uma catástrofe global”, alertou Guterres. Além disso, ele pediu que mais objetivos sejam alcançados para respeitar o compromisso do acordo climático de Paris de limitar o aquecimento global a menos de 2 ºC em relação aos níveis pré-industriais, e a 1,5 ºC, se possível.

O público-alvo do vídeo são os governos, particularmente do Grupo das vinte economias avançadas (G20), do qual o Brasil faz parte, bem como atores privados e instituições financeiras.

Aquecimento de 2,8 graus
Um dia após a Secretaria para Mudança Climática da ONU ter afirmado que os compromissos atuais estão muito distantes de responder às metas fixadas em Paris, a avaliação do PNUMA reforçou o alerta. De acordo com o relatório, os compromissos de redução de emissões deixam o mundo a caminho de um aquecimento global de até 2,6 graus Celsius até o fim do século.
O relatório examina a diferença entre a poluição por CO2, de acordo com os planos dos países para descarbonizar suas economias, e o que a ciência considera ser necessário para conter o aquecimento entre 1,5ºC e 2ºC em comparação com a era pré-industrial.
Além de serem insuficientes, o documento também alerta para o não cumprimento destas metas, o que levaria a um aquecimento ainda maior, de 2,8°C, muito acima das metas do Acordo de Paris

Pacto
No ano passado, durante a COP26 de Glasgow, os países assinaram um “pacto” para estimular o reforço a cada ano das contribuições em nível nacional. Mas apenas 24 países cumpriram o acordo, segundo o PNUMA.

O relatório afirma que os últimos compromissos anunciados pelos países, denominados “contribuições determinadas em nível nacional” (NDC), reduziriam as emissões em 5% até 2030 em relação à trajetória atual para os acordos feitos sem condições e em 10% para aqueles efetuados com condições de financiamento ou ações externas.
Isto, em termos de aquecimento, implica que as contribuições sem condições “apresentam uma possibilidade de 66% de limitar o aquecimento a cerca de 2,6°C até o final do século”.
Considerando os compromissos que apresentam condições, o resultado é um pouco melhor, mas provocaria um aumento de 2,4°C, que continua muito acima dos objetivos do Acordo de Paris.
Quando são considerados os compromissos de “neutralidade de carbono” que vários países anunciaram recentemente, o aumento pode ser contido a 1,8ºC.
“Mas esta perspectiva atualmente é inverossímil”, destacaram os especialistas no relatório, que aponta “divergências” entre as promessas e os resultados.

Em suma, como podemos refletir, a prática de Greenwashing é extremamente perigosa abrangendo muito mais que o contexto empresa – consumidor, como pensávamos. Os danos para a empresa que pratica são inúmeros, mas agora é de conhecimento que também terceiros saiam prejudicados.

Refletir o impacto de sua instituição no meio ambiente é uma ação mais que necessária, e aderir atitudes sustentáveis não pode mais ser postergado.

Esse primeiro passo em direção a sustentabilidade pode começar com a lavagem ecológica. Que tal já garantir um dos pilares ESG para sua frota? Entre em contato e saiba mais

Via G1 – Meio Ambiente / Por RFI

E veja também:

Icon Arrow
Icon Arrow
Icon Plane

Se inscreva na nossa Newsletter e receba os principais conteúdos e notícias.